E por que, a algumas pessoas, reservamos a indelicadeza de passar meses sem nada escrever? Pois as vemos de maneira tão... "pedestalesca", que temos medo de nos sentir ridículos com a futilidade de um "oi, tudo bem? Foi muito especial, tenho saudades".
É o meu caso de não saber o que lhe dizer, como dizer, de onde partir, como chegar.
Seria mais fácil se voltássemos a ser crianças e eu simplesmente pudesse escrever num bilhetinho:
A garota Nina,
Se fosse palavra, seria rima,
Se fosse sonho, minha menina,
Se fosse por ti, iria até a China...
Mas foram dias e meses e a covardia se adiantou: calei. E pensava um pouquinho nos fins de tarde, como descreveria aquelas bolas de gude gigantes, que falavam muito mais que a tua boca.
Peraí: bolas de gude?
E parece que nenhuma palavra te merece, que nenhum adjetivo te faz justiça, que não há mesmo como explicar as horas vadias em que te amei só pelo modo como embirrava fechando as janelas das bolas de gude...
Queria te pintar num quadro, chupando um pirulito em formato de coraçãozinho...