sábado, 20 de dezembro de 2008

Sou quase

Sou quase-memória,
Do que a carne se desfaz em prantos,
Daquilo que carregamos em caixas,
Do que ascende à superfície
E fica marcado no olho.

Sou a deixa, sou a oportunidade,
Do que se larga na casa velha,
Daquele salto mortal de 3 centímetros,
Do vago do dia que não chega
E é toda sua vida.

Sou palavra destacada,
Do que escreveram todos os poetas,
Naquele corpo vadio de quinta passada,
Do instante pleno e rasgado que sangra
E te escurece de pena e ilusão.

Sou confusa, estou errada!
Do que se constituem certezas,
Daquela porca moral de ser humana,
Do ócio do deleite da noite,
Da figura do trabalhador da madrugada...
Não sou nada.

Nenhum comentário: