quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Puta


Bem que eu gostaria...
Ter sempre este sorriso de vidro a oferecer,
mesmo às faces mais pútridas das dores de alma.

Se há dignidade,
que o diga as putas!

Um andar sempre rebolar.
Sempre a clamar,
disponível, não cansar.

Mas... cobrar!
Que o que é delas, merece.
Que o que é, é prece.
É pressa
da hora passar.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Planos


1. Andar por aí despida de cartões de crédito.

2. Deixar de tentar ignorar a miséria. Sentir muito. Sentir mesmo.

3. A pergunta certa é: por que as escritoras CHORAM tanto?

4. Assustar-me com a barbárie. Não banalizar o que não é banal.

5. Me mudar para Curitiba e arrumar logo um cabeludo para passar mais tempo junto.

6. Parar de fingir que há mais gente que lê do que gente que escreve.

7. Não desandar a cada porrada levada na cara. Revidar, talvez...

8. que quem dá a outra face morre cedo.

9. Aproveitar e nunca mais dirigir. Pelo menos não com carteira de motorista. Não sabendo quem se é.

10. Sentir medo e ignorar... completamente.

Mariana

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Si


O choro do útero não preenchido é

Grito do feminino,

Seu tom mais puro

Re-ver-ber(r)ando

nas tripas,

frios na espinha e

as ondas da amargura

De não se encontrar pleno,

reforçado e carregado de vida,


Sua imagem,
linhagem,
mensagem


que se inscreve no corpo do "por vir".
E nunca configura o alcance
do sonho daquela que o sonha
Em seu mesmo corpo,
para mais além do outro,
para mais perto de si.
Mari Brasil