Sempre tive uma tendência suicida, mas agora isso anda ultrapassado. É claro – mas é claro! – que volta e meia tudo fica amargo e a gente começa a pensar bosta. Deve ser uma daquelas coisas que se chama de “inerente ao espírito humano”.
Mas não há de ser nada, que a gente acaba respirando fundo e encontrando, numa entrevista com a Márcia Bechara, na Mel pulando de um lado pro outro no quintal, no cheiro de batatas suíças sobre o fogão, enfim, nessas “coisinhas”, um alívio que nos recai – e a gente recai sobre a cadeira, massacra os teclados e desanuvia um pouco o nublado de dentro.
Ando assistindo muito à TV. E ontem mesmo, num desses seriados idióticos-hipnóticos, ouvi a dublagem do detetive fodão regurgitando que, se passamos a maior parte do tempo em um lugar, pensando que gostaríamos de estar em outro... algo não vai bem.
Parece óbvio, mas pouco tenho dedicado dos meus dias a refletir sobre a quantidade de vezes em que queria estar em qualquer outro lugar. E, em algumas, gostaria de estar até fora da minha pele – de repente o recheio de outro corpo, num veleiro soprando lugares azuis.
Passo os dias a desejar tempo para deitar na minha rede e mastigar páginas e páginas dos livros parados nas estantes do mundo. Ouvindo Billie Holiday e levantando os olhos por sobre o livro, cometendo mesmo o delito de desviar a atenção para a quietude do lugar em que me imagino, para as árvores balançando de vento, para... enfim, aquela cachoeira ao fundo que inventei, também, nesse sonho. Para onde eu vou quando o calor bate forte e posso me banhar, nadar...
Tem uma porçãozinha de cupins morando dentro dos rolos de papel higiênico do banheiro. E quando puxo o papel, estão formados milhões de desenhos furadinhos – as alegorias da hora íntima...
Mas não há de ser nada, que a gente acaba respirando fundo e encontrando, numa entrevista com a Márcia Bechara, na Mel pulando de um lado pro outro no quintal, no cheiro de batatas suíças sobre o fogão, enfim, nessas “coisinhas”, um alívio que nos recai – e a gente recai sobre a cadeira, massacra os teclados e desanuvia um pouco o nublado de dentro.
Ando assistindo muito à TV. E ontem mesmo, num desses seriados idióticos-hipnóticos, ouvi a dublagem do detetive fodão regurgitando que, se passamos a maior parte do tempo em um lugar, pensando que gostaríamos de estar em outro... algo não vai bem.
Parece óbvio, mas pouco tenho dedicado dos meus dias a refletir sobre a quantidade de vezes em que queria estar em qualquer outro lugar. E, em algumas, gostaria de estar até fora da minha pele – de repente o recheio de outro corpo, num veleiro soprando lugares azuis.
Passo os dias a desejar tempo para deitar na minha rede e mastigar páginas e páginas dos livros parados nas estantes do mundo. Ouvindo Billie Holiday e levantando os olhos por sobre o livro, cometendo mesmo o delito de desviar a atenção para a quietude do lugar em que me imagino, para as árvores balançando de vento, para... enfim, aquela cachoeira ao fundo que inventei, também, nesse sonho. Para onde eu vou quando o calor bate forte e posso me banhar, nadar...
Tem uma porçãozinha de cupins morando dentro dos rolos de papel higiênico do banheiro. E quando puxo o papel, estão formados milhões de desenhos furadinhos – as alegorias da hora íntima...
O vento anda estacionado. É sina de chuva, de verão, de calor, de biquíni, de trepar com areia entrando no bumbum. É sina minha, de o mundo me incomodar, porque deixo meus olhos voltados para todas as outras coisas exceto aqui mesmo. E, viver, parece ter sido um constante negar das coisas concretas...
3 comentários:
Nossa, tenho inumeros comentarios antes de te mandar a merda.
numero 1:suicidar se é coisa de gente loser, inda bem q ja nao pensa mais nisso.
numero 2: assistir TV é coisa de gente loser, vai trabalhar q vc ganha muito mais e tá precisando
numero 3:ficar sonhando com outro lugar é coisa de gente loser, pq nao vai de uma vez entao?
numero 4:bom saber q no seu papel tem cupim, assim nao uso mais seu banheiro
numero 5: ou vc trepa com a areia entrando no rabo, ou faz amorzinho com a areia entrando no bumbum, alguma coisa nessa frase está poeticamente furada
numero 6 e ultimo: mina, tu ta precisando dar, vamos sair sexta pra ver se tu pega alguma alface.
beijos....te amo
Sabedoria pura o conselho número 6 da Rê Bordosa, com todo o respeito que me merece. Mas ouso concordar pelo carinho que te tenho, mesmo conhecendo apenas teus textos.
Bom fim-de-semana !
Bj
JP
CARALHO NEGA!!!!!!!!!!!!!!!!!!
FILHA DA PUTAAAAA....EU ACHO QUE ISSO FOI A COISA MAIS SINCERA E POÉTICA QUE TU JÁ ESCREVEU....saudadeee...
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