Velho, tou usando as tuas meias...
Aquelas mesmas que você desprezou porque a faxineira manchou na máquina de lavar.
Estão aquecendo meus pés.
Ainda que você não fale mais comigo, tuas meias aquecem meus pés.
Parece até que essa barba branca foi te levando para o lado de lá do rio.
Parece até que andas esquecendo de te distrair.
Olha velho, tenho umas coisas a dizer:
tu que me ensinastes a não olhar apenas por um buraco de fechadura...
Andas falando alto demais porra!
Anda engolindo a própria merda...
Que é isso velho?
Agora que me encontro nessa ladainha de faz-de-conta,
lambança de cu de todo mundo...
agora que eu vejo o que tu dizias...
tu viras as costas e me largas sozinha aqui? Agora que eu entendi?
Ainda caibo dentro dos teus sapatos! Os dois pés em cada um!
Nunca dei um nó em tua gravata velho!
A calva anda afetando teu olho pro mundo?
É insegurança isso que eu ando sentindo?
É medo mesmo?
Não...
No fundo eu sabia, que ias acabar te afeiçoando à solidão
de um pensar tão dentro, inóspito, dono do mundo
que não iria mais caber em ti, em mim.
É velho,
agarrastes a idéia do partir,
senhor de tuas convicções sobre tudo.
Sobretudo, na imaginação parca, na visão turva,
na cegueira mesmo,
do espelho do teu velho.
Me aguarda que sigo teus passos:
dois pés dentro de cada sapato.
E o sorriso deslumbrado para o mundo, que me ensinastes...
Aquelas mesmas que você desprezou porque a faxineira manchou na máquina de lavar.
Estão aquecendo meus pés.
Ainda que você não fale mais comigo, tuas meias aquecem meus pés.
Parece até que essa barba branca foi te levando para o lado de lá do rio.
Parece até que andas esquecendo de te distrair.
Olha velho, tenho umas coisas a dizer:
tu que me ensinastes a não olhar apenas por um buraco de fechadura...
Andas falando alto demais porra!
Anda engolindo a própria merda...
Que é isso velho?
Agora que me encontro nessa ladainha de faz-de-conta,
lambança de cu de todo mundo...
agora que eu vejo o que tu dizias...
tu viras as costas e me largas sozinha aqui? Agora que eu entendi?
Ainda caibo dentro dos teus sapatos! Os dois pés em cada um!
Nunca dei um nó em tua gravata velho!
A calva anda afetando teu olho pro mundo?
É insegurança isso que eu ando sentindo?
É medo mesmo?
Não...
No fundo eu sabia, que ias acabar te afeiçoando à solidão
de um pensar tão dentro, inóspito, dono do mundo
que não iria mais caber em ti, em mim.
É velho,
agarrastes a idéia do partir,
senhor de tuas convicções sobre tudo.
Sobretudo, na imaginação parca, na visão turva,
na cegueira mesmo,
do espelho do teu velho.
Me aguarda que sigo teus passos:
dois pés dentro de cada sapato.
E o sorriso deslumbrado para o mundo, que me ensinastes...
por enquanto...
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