segunda-feira, 21 de abril de 2008

Acorde,


Acorde, então, no dia estranho da tua casa e bate a porta ao entrar quarto acima sob tanta chuva. Espeta o dedo no cheiro de saudade e entra no chuveiro para se aquecer e limpar a dor de ser um traidor.
É tanto medo que não vê, nos lados, um fundo de mentiras e à frente, um caminho possível.
Pânico: não observar as outras direções e seguir reto: um plano.
Mas, no plano, a possibilidade de não funcionar.
Então parte para o ataque a todas as coisas, nada passando de lado, e nada... nada enfocando pelas tuas lentes.
É de um abraço do destino que precisa, daqueles que não se pode se desvencilhar.
Mistura um laço de cipós com uma onda certeira do mar e vai ao fundo. Fica lá, preso ao abraço do destino...
Segundos em horas.
E, quando, alcança a areia, beija a areia, o chão da praia como um colchão, onde deita a cabeça e descansa.
Olha a tempestade dissipando.
Acorde, então, no dia estranho da tua casa e...
Deixa a porta aberta.
Mari Brasil

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