domingo, 18 de maio de 2008

Poesia e Você, Garoto.


Ao contrário do ordinário, você não me inspira poesia sempre. Na verdade, uma vez, quando você ainda não era de verdade, só minha fantasia.
Uma mexida sua e escrevo sobre o que estou sentindo, talvez não sobre você. Tudo muito analisado, muito ponderado... e calado, muito do que sinto.
E se ao mesmo tempo suas promessas me prometem segurança por sempre me bombardear de verdades, fica um vazio aqui dentro de desconfiar de tanta convicção e racionalidade.
Essas coisas são, também, disfarces da alma.
Acostumada que estou a enfiar os pés pelas mãos, me contenho extremado, me podo o que nasce bonito, me deixo encostada, livro na prateleira.

Eu te escrevo e apago,
sem parar.

Porque tem em mim muito romance de contos de fadas, muito de um ideal que dói de pensar e arrepia meus pelos da nuca e me faz concluir que esta intranqüilidade é tudo o que desejo: é, afinal, uma finalidade provisória.
Não te descrevo mais, porque está difícil decifrar o que vai nessa armadilha de pensamentos que, talvez, não me digam nada do que é...
E eu leio mais fácil os olhares do que as palavras. O movimento da boca que fala, não tanto o que diz. Onde coloca suas mãos: onde peço?

Mas...
onde desejas?

Eu sei, eu sei que algumas coisas não são permitidas.
Eu estou aqui, respeitando o seu mistério e me corroendo a vontade de te engolir por inteiro, te mastigar devagarzinho cada pedaço.
O quê, de tanta informação, faz bater seu peito forte e quente, parece tão escondido... e eu, nessa ânsia de fazer parte disso.
Também não te conto não...
De como é perder todas as referências,
De não ter certeza de nada, enlouquecer, do jeito mais puro.

E, na insanidade, aí sim, perder as jaulas de vez.
Minha vontade é te escancarar os desejos...

Perder as jaulas de vez!
Mari Brasil

Um comentário: