Joguei as drogas na privada, e isso é bom.
Mas...
já comecei o ano abortando meu orgulho.
não sou mais criança e, ainda assim, quando sinto aquelas mãos, aquele respirar perto, e aquele cheiro, eu cheiro mesmo, eu me entorpeço (eu me viro do avesso das suas mãos) e te toco e você me toca e não tem mais fugir, não tem mais nada, corpos que não se soltam, querendo morar no mesmo guarda-roupa.
eu Deveria estar no fundo da represa, como a cor da lua, brihando, fundo, cheia, fundo, mergulhada em toda água, tocando o chão do lago com os dedos das mãos, das suas, das minhas, destas mãos, me segurando e mergulhando no fundo. de mim.
E o problema é não ser rasa, eu não sou rasa, eu choro embaixo de montanhas, eu tenho sangue aqui, corre para o lado contrário, é verdade, mas corre aqui dentro, de mim, como você, às vezes.
E não ser rasa faz de tudo tão complicado, que eu só penso em comprar um par de asas, voar assim, quero mesmo é voar alto, que medo de altura eu deixei pra trás quando criança. você não...
Eu recolho meus cacos, eu colo de novo, outra composição, eu te escapo, você volta, eu te mato, você volta e me apanha no fundo do que não é raso, olha meu olho no fundo, e sabe que não é raso, e mergulha lá dentro, dizendo de beleza, que eu sou em cima de você, dentro de mim
e eu já estou afogada de novo... enquanto você ainda respira.
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