terça-feira, 26 de maio de 2009

Amargo


Desconsidere minhas palavras hoje, nesses dias em que esfolo os teclados e os dedos, sinto um rosnar aqui dentro e amanso para o lado escuro, quase preto.

Eu quero o oposto: eu quero jaula... eu quero correr...

Quero não decidir.

Alguém deveria proibir esses hormônios, que eu ando alucinada deles, quase me viciando em tanto cinismo, de bola de neve, gelada, crescendo na goela.

Acordei e o mundo me fechou a cara.

Fechei de volta.

Eu disse “mundo, vai tomar no meio do olho do seu cu”!

E esse filho duma puta me deu um sorriso de volta! Vê se pode! Se eu lá quero piedade de deus ou o diabo?

Ignoro seu sorriso! Um mL de orgulho regurgitado de colher...

Eu aponto o dedo no seu nariz!

Destino de merda! Que nem vai me ouvir mesmo. Que não existe além do que se crê. Que sou eu mesma que traço, ponta de lápis cravada em papel: se vou jogar tudo pra cima, se vou agüentar mansa, até o final de uma vidinha ridícula que não significa nada.

De como não se reconhecer especial. De como se olhar no espelho depois disso.

Não há grandes obras, que nada. Só um bando de ilusões que perpetuam a espécie masoquista.

Mas, desconsidere minhas palavras hoje. Nesses dias em que só uma música pode me salvar...

ela toca.


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