terça-feira, 22 de abril de 2008

Blowjob

Muita corda na garganta, só esperando nós, banquinhos e um pulo para um infinito.
Quem me amarra sou eu.
Sou quem dá o “nós”,
esperando que alguém me desamarre.

Ah, faça-me o favor e logo me avise, hein?
Estas expectativas andam de matar!
Aquela menininha rindo de mim na sacada também.
Até parece que nunca foi amada...

Ando correndo lado pro outro do espelho
só ali me vejo.
Nada de olho no olho: olho numa fina camada de prata.
E me reconheço.

Parece até que não te culpo,
tudo aqui dentro, nas entranhas:
um corpo, um beijo, uma mão e ando de joelhos.
Troco passagens, amo a volta e não há nada aqui que compense.

Só um abraço inventado,
mentira, mentira que cochicho pra mim:
sorriso estampado na cara e uma vontade de sei lá quê...
que dê conta de tanta sede de histórias de mais de um e menos de muitos.

Nem parece que você não sabe.
Tudo trocado aqui dentro: sem olhar duas vezes no mesmo sentido.
E, quando olho, me perco de novo.
Te mastigo inteiro e você já não é nada.
E nem eu sou.
Perdida que estou, nesse teu cheiro.
Mari Brasil

Um comentário:

Maria Cláudia S. Lopes disse...

inventado?
não é o que as paredes me dizem
huahuahuahuahuahua
muito bonito o texto