sábado, 17 de janeiro de 2009

Fome

Saio da chuva para o seco...
Molho de palavras a toalha,
transbordo as paredes da sala,
afogo a inquietude e acendo a lareira dos pulmões.

Esbravejo que o andar não há tempo,
que a magreza me devora! Me devora!

Sento.
Coloca os olhos na parede
e tudo soa como mar: vai e volta.

Coloco os olhos na parede,
E eis que a água salgada me evade:
Três gotas num travesseiro de penas,
Rejeição em conta-gotas,
Do seco da garganta ao nó.

Não há nada que se interponha ao intervalo entrevado
da boca vazia.
do estômago, colado,
dolorido de ácido.

Não é sede,
É fome. Não é fome, é...
Simplesmente, não é.

2 comentários:

Maria Cláudia S. Lopes disse...

ei ia usar a palavra caralhoooo
mas ela já está desgastada nas nossas bocas, então vou usar outra...
PUTA KILL PARIU

Celso Amâncio disse...

Vamos desgastar então esses palvrões benéficos e de elogio...

CARALHO!
PUTA QUE PARIU!

Lembrei mesmo da Maria lendo esse texto. A fome sempre me pareceu uma das temáticas prediletas dela, ainda mais agora...

Grande Beijo moça!