sábado, 8 de setembro de 2007

Fluido


Se me ouvisse melhor, cantando baixinho...
enxergaria um feixe violeta e
projetaria um lago nesse jardim de macieiras.

Sentado num sonho, no relevo inconstante da nuvem,
tocaria o céu com o dedo indicador,
e penderia os braços pelo corpo, ébrio.

Mas, passe o tempo a contar as suas bolinhas de vidro...
nada lhe importe as tempestades de verão.
o seco está sempre a seu caminho.

No revoltoso mar de impressões
continuo gotas,
continuo água!

Subo minha maré cheia
como se lançam da flauta as melodias:
no porvir indeciso das ondas,
no devir impreciso da história.



Mari Brasil