Nunca mais havia terminado textos com reticências. Doeu não saber
como escrever um ponto final. Um coração engasgado adolescente. Batendo uma vez
forte e outra fraca. Uma partitura a ser cantada pela frente e tudo que pensava
era em estar com as duas mãos naquele rosto e os dois olhos naqueles olhos.
Respirando perto. Ele diz que não consegue escrever seus sentimentos. Talvez
seja melhor com um violão para dizer as coisas. Talvez seja apenas melhor com
as mãos. Senti o corpo estremecer ao pensar nisso. A falta do seu toque no meu
corpo dá vontade de chorar. Engasgada e adolescente.
De repente diz algo lindo - E eu digo: pára.
E a vontade que era de dizer sobre como consegui desengasgar as
palavras, mudou para dizer como te quero, quanto, o mundo, te quero! Como está
confuso, como está difícil, como sinto certo e errado, como quero desencarnar e
flutuar até o seu quarto, para dormir aninhada ao seu lado. E que os desejos
dessas palavras virem música e cheguem em ondas sonoras até você: boa noite.
Durma por estes dias em que
não estaremos juntos. Ou mantenha-se acordado – para o meu medo. Medo de voltar
mas não estar mais aqui.
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