segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ah, eu nem gosto de nada...

É que o tamanho dos seus olhos é perfeito,
E são tantas as imperfeições admiráveis...
Que eu me banalizo perto.

Mas eu continuo, sabendo que nada, nada vai ser certo.
Que quando eu encontro as suas mãos
E elas me puxam pra você,
O tempo pára...

E eu brigo muito em aceitar,
Cair nessa sua armadilha,
Que é ter tanto de mim...
Ser um tanto eu...

Essa postura toda de armadura, que eu também inventei.

Só pra fingirmos mesmo que aqui dentro nada nos atinge.
Tão machucados, tristes,
Que parece não haver mais sentidos,

A não ser seguir em frente,
Dar o próximo gole,
Ser o próximo corpo, que se perde nessa madrugada.

Cínicos.
Porque os parâmetros nossos andam distorcidos, decepcionados.
Talvez seja só medo. Talvez sejamos mesmo... meio frios...
E até essa frieza eu acho bonita.

É que a sua boca faz com que o resto do mundo desapareça...
O seu tom de voz me acalma.
E eu não me acalmo. Nunca.

É que nossos corpos se encaixam, como chave e fechadura...
É que temos as mesmas ansiedades e insatisfações...
E uma teimosia... e raiva um do outro na medida certa...

É que quando sorri esses olhos, e lá no fundo, sorri de verdade,
Não tem nada mais encantador e apaixonante no mundo,
Do que a total perdição em que se encontra,
Em que te encontro,
Dentro de mim.

2 comentários:

Ana Cassiani disse...

Pq mesmo quando o medo é grande, e o sofrimento insuportável, no fundo queremos senti-lo. Sabemos que cedo ou tarde, um olhar reconfortante e um sorriso radiante faz valer o sacrificio, msm q por alguns instantes.

Celso Amâncio disse...

Sem palavras....

Lindo isso aqui!

Puta poema viu...

bjsssssss