Na distância circula determinada grandeza, um toque de irrealidade que carece de lentes para descartar o desespero.
Sempre abracei a tristeza. Que dela, devolvo poema. Devolvo ilusão. Devolvo mágica.
Sai desse nó o desejo de infância renovada, que busco, incompreendida, a cada passo, em cada volta da escada para o infinito.
Os meus olhos estão belos.
Na beleza circula o pranto, um toque de lágrimas que carecem calma de mãe para aplacar a dor.
Não há braços que envolvam o tanto de arbitrariedade necessária para devolver o trabalho, necessário.
O mês que se anuncia pactuou com meus olhos: nublados, como o céu deste julho.
Os meus olhos se desfazem,
chovem as decepções por mim estruturadas, na ingenuidade pragmática que se re-inventa a cada cadafalso, a cada passo em falso, na direção do nada.
A retirada é emergente, a retirada é conseqüente.
E meu olhar, inconseqüente.
Os meus olhos se fecham.
Para os seus olhos.
E não deixam nem mesmo um bilhete.