quinta-feira, 13 de março de 2008

Perder-se


Uma ajuda para compreender a angústia
que escreve letras nas folhas mais verdes das copas mais altas,
adoentando-as antes mesmo que toquem o chão, que caiam e repousem
como tapete avermelhado sobre o ventre redondo de terra úmida.

Um leve descansar os olhos e volta a respiração difícil de ter que se contornar os desejos e partir
numa larga estrada esburacada para uma paradoxal solidão,
erguida da própria solidão.

Alguém sopra às orelhas - entre.

E há, no gesto, um não sei quê de necessário para que se abra o peito e se atinja as estrelas
interiores que projetem no escuro - é necessário um sentido.

Mas só há caminhos...

Três gotas de chuva tocam as folhas, re-tornando o orvalho.
Elas anoitecem as copas mais altas, inclinando-se pelo peso,
pelas mãos do vento,
que sopra.

Sopra um sentido às orelhas – entre.

Peito aberto, de estrelas apagadas.
a fascinação toma rumo,
no encalço da estrada.
Entre.